A Prefeitura do Rio deu início, nesta terça-feira (2/7), às obras de restauro da antiga Estação Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho. É a primeira etapa de uma série de intervenções que o poder público irá realizar no terreno de 125 mil metros quadrados.
A reforma do prédio histórico, conhecido como Estação Barão de Mauá, em homenagem ao pioneiro do transporte ferroviário no Brasil, terá investimento de R$ 80 milhões e previsão de entrega para o segundo semestre de 2026, quando se comemora o centenário da Estação. Nas fases seguintes das obras no complexo, estão previstas para ser construídas a Fábrica do Samba, um centro de convenções e unidades de habitação popular.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, destacou o empenho junto ao governo federal para que o complexo da Estação Leopoldina passasse para o município. Ele ainda explicou que, a partir de agora, terá início não só o restauro do prédio, como o detalhamento da série de projetos previstos para o local.
– Minha vida inteira ouvi que tem de dar um jeito nesse lugar. A gente brigou muito com o governo federal para que esse prédio passasse para a prefeitura. Não é porque a prefeitura é mais competente, mas essas coisas são essencialmente da cidade. Essas obras de restauro são sempre mais complexas, porque levam tempo. São quase dois anos de obra. E, ao mesmo tempo, a gente deve iniciar em breve a obra da Fábrica do Samba. A nossa ideia é ter aqui um centro de convenções e uma área habitacional. Isso aqui se junta com a possibilidade de o estádio do Flamengo vir para cá. Assim, vamos fazer dessa via, uma via de grandes equipamentos da cidade, recuperando a região – frisou o prefeito.
O imóvel histórico da estação terá as fachadas e esquadrias restauradas; e espaços e instalações internas reordenados. O salão principal passará por recomposição; as plataformas serão restauradas e serão construídos um novo mezanino, além de um jardim.
Inaugurado em 6 de novembro de 1926, o edifício da Estação Leopoldina é projeto do arquiteto inglês Robert Prentice. Destaca-se a inspiração na arquitetura palladiana inglesa, patente no aspecto externo do prédio. O edifício é tombado pelo Iphan e pelo Inepac. Por conta disso, o prédio e as plataformas da estação não serão alterados durante a sua recuperação.
Desde dezembro de 2023 o município manifestou oficialmente ao Governo Federal a intenção de adquirir a Estação Leopoldina. Em 26 de fevereiro foi assinado um acordo de cooperação técnica entre Prefeitura do Rio e União para fazer a revitalização do imóvel histórico. O anúncio fez parte do lançamento e apresentação do Programa de Democratização dos Imóveis da União. No dia 10 de maio foi assinada a cessão do complexo de imóveis e, em seguida, publicado o edital de licitação para restauro da antiga estação.
Prefeitura investe na revitalização do eixo da Avenida Francisco Bicalho
Os investimentos da Prefeitura no eixo da Avenida Francisco Bicalho já somam mais de R$ 400 milhões nos últimos anos. Em fevereiro, foi inaugurado na região o mais novo terminal integrador da cidade, o Terminal Intermodal Gentileza. Em seguida, a Prefeitura iniciou a limpeza de imóveis desocupados em seu eixo, com destaque para a implosão do antigo prédio do Clube dos Portuários, em abril. A liberação dessas áreas é um compromisso do município com a Caixa Econômica Federal, que recebeu os terrenos como parte da modelagem econômica que financiou a Operação Urbana Porto Maravilha.
Agora a revitalização avança para a Zona da Leopoldina, no bairro de São Cristóvão, com o restauro da Estação Leopoldina e as obras de revitalização da avenida em si, além de áreas do entorno como a Praça Marechal Hermes e a Rua São Cristóvão. Circulam diariamente pela avenida mais de 300 mil pessoas, além dos passageiros do TIG que já ultrapassam os 75 mil por dia. O entorno, com os lançamentos residenciais, já soma mais de 9 mil unidades residenciais lançadas – com mais de 80% delas já vendidas. São esperados mais de 27 mil novos moradores para o entorno direto da Avenida Francisco Bicalho nos próximos três anos.
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